quarta-feira, 6 de novembro de 2013

POMAR DE LUAS NOVAS



Luarada:
cargas passam
e oriente desde já.

Para que confessar o que já está tão acordado?

Somos os derrubadores de paredes,
os sinos dobrados anunciando passarinhos.

Morar no mundo é como bater asas de cristal
onde as telas mais belas,
o deserto faz ao entardecer.

E quando a lua sobe e refresca
os olhos com seus cavalos de brilho,
e os lábios da fêmea
com pequenas palavras do gosto do damasco vêm nos acariciar,
é que podemos ser livres e caminhar na cidade abundante do instinto:
lastro de ouro passará à tramas laminadas de orvalho.

Lua
luaradara encaminhando o novo mundo
que pede à justiça, o argumento igualitário
arrombando portas,
o que de saída a bússola não mostra.

Somente o luaradaral,
pomar de luas novas, brotará contra
as farsas e dará ao homem que toma, sementes
de vento e de romã morena,
para que ele, em sua sede, horizontado
de ganâncias,
possa cair por si mesmo:
porque se ele aniquila a quem também ele mesmo explora,
só restará explorar a si, moto contínuo
até sumir inteiramente.

Mas pior do que o homem que toma,
muito pior, e como coiote à espreita da carniça,
é aquele homem que, entre nós, por pura covardia,
justifica e defende o homem que toma…

Luaradaral, luaradaral!
Pomar de luas novas!
Dois pesos e duas medidas,
isso um dia vai acabar.

Luaradaral, luaradaral!
Pomar de luas novas!
Quem defende o homem que toma
vai cair na própria armadilha.

Luaradaral, luaradaral!
Pomar de luas novas!
Fanfarreie homem que defende o homem que toma:
as  luas novas já estão por aí!

As novas luas!

06/nov/13

Álvaro Nassaralla

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